Melastomataceae

Graffenrieda moaensis Wurdack

Como citar:

Eduardo Fernandez; Patricia da Rosa. 2018. Graffenrieda moaensis (Melastomataceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

0,00 Km2

AOO:

4,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

A espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo exclusivamente no Estado do Acre (Lima et al., 2015). É conhecida somente por duas coleções (G.T. Prance, 12634 e Goldenberg, R., 93), ambas realizadas dentro dos limites do Parque Nacional da Serra do Divisor (Serra do Moa e Rio Moa entre Cachoeira Grande e o vilarejo de Serra do Moa). O Parque Nacional da Serra do Divisor situa-se na fronteira entre Brasil e Peru, formando um dos maiores e mais isolados contínuos florestais da América do Sul; sendo assim, é possível que futuros esforços de pesquisa em ambos os lados da fronteira tragam a luz novas informações sobre a real área de distribuição deste táxon.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2018
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Patricia da Rosa
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore terrestre, chegando a medir até 4 m de altura, endêmica do Brasil (Lima, 2018). A espécie é conhecida somente por uma coleta recente realizada em 2007 , além da coleção tipo, registrada por G.T. Prance em Florestas Ombrófilas às margens do Rio Moa, em 1971, no Parque Nacional da Serra do Divisor, estado do Acre e na fronteira entre Brasil e Peru (Lima et al., 2015). A Unidade de Conservação corresponde a uma das regiões mais biologicamente diversas e pouco estudadas do Brasil, e corresponde atualmente a um dos maiores e mais isolados contínuos florestais da América do Sul (MMA/ IBAMA, 2002). Os municípios de Mâncio Lima e Cruzeiro do Sul, adjacentes a Unidade de Conservação, e onde os dois registros foram feitos, apesar de possuírem atividades agropecuárias desenvolvidas em seu entorno (principalmente criação de gado e milho), correspondem aos dois municípios mais bem conservados do Acre, apresentando cerca de, respectivamente, 95% e 92% de seu território recoberto por vegetação nativa. Além disso, extensas áreas destes dois municípios encontram-se legalmente protegidas por Unidades de Conservação de diferentes categorias e esferas administrativas, além de extensas terras indígenas (3 reservas) (LAPIG, 2018). Mesmo diante deste cenário, a espécie foi registrada pela última vez por especialista da família, dentro de área protegida que sofreu poucas alterações na última década. Recomenda-se ações de pesquisa a fim de se elucidar a distribuição da espécie e o tamanho da população.

Último avistamento: 2007
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Espécie descrita originalmente na obra Phytologia 24(3): 197–198 (Wurdack, 1972) a partir de espécimes coletados por G.T. Prance no Rio Moa (AC), em 1971. A espécie, apresentando corola branca e filamentos amarelo-escuro, assemelha-se muito a Miconia abbreviata, porém possui frutos secos e deiscentes (Goldenberg, R. 931); segundo Wurdack (1972), a espécie possui afinidades morfológicas com G. intermedia e G. weddellii.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não se sabe nenhum uso econômico potencial para o presente táxon.

População:

Detalhes: Não existem informações específicas sobre números populacionais para o presente táxon.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Amazônia
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Árvore ou arvoreta terrestre, chegando a atingir 4 m de altura; foi registrada em Florestas Ombrófilas (Floresta Pluvial) no sopé da Serra do Moa, no Parque Nacional da Serra do Divisor (AC) (Goldenberg, R. 931 e G.T. Prance, 12634).

Reprodução:

Detalhes: Graffenrieda moaensis é uma espécie hermafrodita, produz frutos em abril (Prance 12634)
Fenologia: flowering (Apr~Apr)
Sistema sexual: hermafrodita

Ameaças (4):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2 Agriculture & aquaculture habitat present local medium
O município de Mâncio Lima (AC), adjacente ao Parque, apesar de possuir atividades agropecuárias (principalmente criação de gado, incluindo leiteiro, e milho), representa um dos municípios mais bem conservados do Acre, apresentando cerca de 95% de sua extensão territorial recoberta por vegetação nativa; mais da metade do território do município encontra-se legalmente protegido por Unidades de Conservação de proteção integral e uso sustentável, além de extensas terras indígenas (3 reservas) (Lapig, 2018).
Referências:
  1. Lapig, 2018. http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html (acesso em 11 de junho 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2 Agriculture & aquaculture habitat present local medium
O município de Cruzeiro do Sul, adjacente ao Parque, apesar de possuir atividades agropecuárias (principalmente gado, incluindo leiteiro, e milho), representa um dos municípios mais bem conservados do Acre, apresentando cerca de 92% de sua extensão territorial recoberta por vegetação nativa; ainda, conta com cerca de 32% de seu território protegido por Unidades de Conservação de proteção integral e uso sustentável, além de terras indígenas (Lapig, 2018).
Referências:
  1. Lapig, 2018. http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html (acesso em 11 de junho 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2 Agriculture & aquaculture habitat past,present local low
Os principais impactos ambientais resultantes das atividades econômicas desenvolvidas na região adjacente ao Parque são negativos: aumento do desmatamento em função da ampliação das atividades agriculturais e pecuárias a partir da redução das atividades extrativistas, além de corte seletivo (legal e ilegal) de madeira, e um consequente aumento no fluxo migratório para a região, que pode implicar em aumento das pressões em futuro próximo (MMA/ IBAMA, 2002).
Referências:
  1. MMA/ IBAMA, 2002. Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra do Divisor. Plano de Manejo, Fase 2.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching habitat present local medium
O município de Mâncio Lima (AC), adjacente ao Parque, apesar de possuir atividades agropecuárias (principalmente criação de gado, incluindo leiteiro, e milho), representa um dos municípios mais bem conservados do Acre, apresentando cerca de 95% de sua extensão territorial recoberta por vegetação nativa; mais da metade do território do município encontra-se legalmente protegido por Unidades de Conservação de proteção integral e uso sustentável, além de extensas terras indígenas (3 reservas) (Lapig, 2018).
Referências:
  1. Lapig, 2018. http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html (acesso em 11 de junho 2018).

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada dentro dos limites do Parque Nacional da Serra do Divisor, uma Unidade de Conservação de proteção integral no estado do Acre. O Parque representa uma das áreas mais extensas e isoladas da Amazônia Ocidental, e possivelmente um das áreas protegidas de maior biodiversidade em todo o bioma (MMA/ IBAMA, 2002)
Referências:
  1. MMA/ IBAMA, 2002. Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra do Divisor. Plano de Manejo, Fase 2.